sábado, 28 de julho de 2012

Prisioneiro dos Versos



Vejo a noite se achegar
Serena e bem devagar
Ela vem me acalmar
Ou talvez me aprisionar

Sinto o frio se aconchegar
No calor de algum lugar
Onde os versos vão calar
Pois se entende num olhar

Miro o céu ao entardecer
Vejo a lua aparecer
Busco algo para escrever
Pois eu quero me entender

Pego o copo quase cheio
No que é real eu jé nem creio
Já não sei se é belo ou  feio
E ser "livre" é o meu receio

A inspiração que estava ausente
Beijou-me bem lentamente
Com o vento foi em frente
Mas me algemou a mente

Vejo a noite o frio e o céu
Por um olhar de trás de um véu
O sereno feito mel
Que me adoça e me faz réu

Prisioneiro nato das rimas
Grades fortes mas finas
Onde as celas pequeninas
Me escondem as retinas

O entardecer vem com lua e versos
Que é o que sempre peço
O resto não me interesso
Pois deles sou réu confesso


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