terça-feira, 26 de junho de 2012

Uma "Coisa distinta" feita para uma "Coisa distinta".


"Natalua”









Não hesitei e olhei, havia algo encobrindo-a e também as “velas” acesas do céu.
A fina nevoa que inebria e embriaga, camuflava algum tesouro.
Tentei mirar o que se escondia atrás do véu.
Ao forçar os olhos disse: “o que será aquilo que lampeja feito ouro?”.
Longe se encontra, não posso tocar se quer ir buscá-la.
Imaginando seus traços lentamente.
Aos poucos ela surgia aos poucos ela se mostrara.

Neste momento chamei-a, mas resposta eu não obtive.
A névoa não se dissipara, era densa.
Tentava ela esconder-se entre as “velas” tão livres.
Ainda se mantinha lá, aquela imagem pouco intensa.
Lá ela brincava, brincava de esconde-esconde.
Insistia em bailar sozinha.
Ainda ia e vinha e eu não sabia de onde.

Notei que a nevoa fugia e aos poucos diminuíra.
Aquela dança sem música acalmara.
Também vi um céu que existia.
Abria-se para contemplar a beleza tão rara.
Lineares curvas perfeitas.
Inigualável obra divina.
Assim a noite se enfeita, assim surgiu algo lá em cima.

Noite linda nascendo lá no alto ao fundo.
Além, bem além do véu que se diluiu em nada.
Tenho agora todo tempo do mundo.
Alguma coisa estava lá, pronta pra ser desvendada.
Levei a mão ao peito quando vi.
Inventei um poema pra descrever.
Algo que é raro sentir, algo que é tão raro prever.


Naveguei por um mar de luzes.
Armadas de uma doçura sem fim.
Teria um tesouro além das nuvens?
A o ver aquilo eu disse: Sim!
Lentamente vi teu olhar.
Imigrando da noite escura.
Alvo, brando a brilhar, que a “treva” sempre censura.

Noites fechadas se abrem.
Almas escuras também.
Teus olhos e olhares não cabem.
Aonde a nevoa detém.
Lua, de duas faces, luz e escuridão.
Impar contradição.
Amparados por dois diamantes e um sorriso “clarão”.

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