domingo, 6 de julho de 2014

Domingo


Acostumei a prosear com o vazio do domingo
Cá estamos eu ele a ermo, pra não usar outro termo
E entre alguns segundos eternos, os versos mais ternos se perdem, já não se erguem, já não causam o mesmo arrepio, já congelaram com frio
Me conformei com distâncias, não me assustam mais as ânsias
Me encontrei com o presente, e só tento olhar para frente pois minha mente me mente que está tudo certo, está tudo perto, e então me aquieto.
Acostumei a conversar comigo, meu melhor amigo e só assim eu consigo ver o tempo passar, ter o tempo o lugar em minhas frases, ter o tempo em todas as suas fases, e assim eu faço as pazes com o vazio, com frio e com versos que hoje mesmo dispersos estão fazendo morada e até dando risada. Eles só podem mostrar sua roupa nova quando a solidão inova, eles só podem mostrar seu poder de cura quando a solidão murmura, eles só podem brincar na praça quando a solidão abraça.
Acostumei a ouvir o som do nada, e como nos contos de fada estalo os dedos e... Nada, nada, nada acontece, o dia então escurece, o verso é como uma prece, habita o tempo e o espaço, e agora tudo que eu faço, se cala e desaparece.

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